Entrevista Exclusiva: Dilma Rousseff Reflete sobre Seu Legado e Desafios em Seu Mandato Presidencial
Aqui na Revista Lula Brasil, tivemos a honra de entrevistar Dilma Rousseff, a nossa excelentíssima e eterna presidenta do Brasil. A seguir, apresentamos uma visão aprofundada das suas decisões e desafios enfrentados durante seu mandato, com base nas respostas reais fornecidas.
Por Davi Gustavo de Castro e Silva - Rio de Janeiro
18 de setembro de 2024, 16:40
📰 Reportagem Especial da Revista Lula Brasil com Dilma Rousseff:
Pergunta 1: Durante o seu governo, até abril de 2016, o Brasil conseguiu manter a menor dívida pública da história, com uma dívida líquida que caiu para 34,7% do PIB em 2014. No entanto, a partir de 2015, a dívida pública começou a aumentar chegando a 36,4% e. 2015, atingindo 69,6% do PIB em 2016, como consequência das políticas de Temer somadas ao cenário de crise econômica internacional. Como a senhora avalia sua gestão fiscal durante esse período e quais foram as principais estratégias para enfrentar a crise econômica, considerando que a dívida pública aumentou principalmente após a sua saída do cargo?
Resposta de Dilma Rousseff: "Durante o meu governo, até abril de 2016, trabalhamos com o objetivo de manter a dívida pública em níveis controlados, o que conseguimos até 2014. A partir de 2015, enfrentamos um cenário econômico desafiador, com uma combinação de crise internacional e dificuldades internas que impactaram nossas finanças. As medidas que adotamos incluíram ajustes fiscais e controle da inflação, mas a crise demandava um equilíbrio delicado entre manter o crescimento e implementar medidas de ajuste. A partir de abril de 2016, a responsabilidade pela gestão econômica passou a ser do governo seguinte, e as políticas adotadas depois desse período influenciaram o aumento da dívida pública."
Pergunta 2: A relação com o Congresso foi um ponto crítico durante seu mandato. Como a senhora avaliaria a sua relação com o Congresso na época em comparação com o cenário atual enfrentado pelo presidente Lula?
Resposta de Dilma Rousseff: "Minha relação com o Congresso foi complexa. Enfrentei um Congresso que, embora desafiador, não era tão fragmentado quanto o atual. Tive que negociar e fazer concessões para garantir apoio às minhas propostas. O Congresso enfrentado pelo presidente Lula atualmente é extremamente polarizado e fragmentado, o que torna as negociações ainda mais desafiadoras. Embora meu Congresso tenha sido difícil, o cenário atual é ainda mais complexo devido à maior fragmentação e polarização."
Pergunta 3: A experiência de tortura durante a ditadura militar moldou profundamente suas convicções. Como essa vivência influenciou suas decisões e políticas enquanto presidenta?
Resposta de Dilma Rousseff: "Minha experiência durante a ditadura militar teve um impacto profundo em minha visão de justiça e direitos humanos. A tortura e a repressão que sofri moldaram minha determinação em promover uma sociedade mais justa e democrática. No entanto, as condições econômicas e políticas da época exigiram um equilíbrio complexo entre os ideais que defendi e as necessidades práticas do governo."
Pergunta 4: Durante seu governo, até abril de 2016, houve uma redução no investimento público e um aumento da dívida pública, que atingiu 70,6% do PIB em 2016. No entanto, o aumento da taxa de desemprego também foi notável, subindo de 10,2% em março de 2016 para 11,9% em setembro de 2016, após o impeachment. A senhora enfrentou críticas por medidas que afetaram os programas sociais. Como a senhora justificaria as decisões tomadas nessa área e quais seriam as suas recomendações para manter o equilíbrio entre ajuste fiscal e programas sociais, especialmente considerando o impacto das políticas do sucessor no aumento do desemprego?
Resposta de Dilma Rousseff: "Preservar os programas sociais foi uma prioridade, mas a crise econômica impôs restrições severas. Proteger os programas sociais enquanto implementava medidas de ajuste fiscal foi um desafio constante. Se pudesse revisar as decisões, focaria em uma implementação mais gradual das políticas de ajuste, garantindo que os programas sociais não fossem comprometidos de maneira significativa. A comunicação e o diálogo com a população sobre as necessidades e as razões para as medidas também poderiam ter ajudado a manter o apoio. Em relação ao aumento do desemprego, é importante reconhecer que as políticas econômicas do governo ilegítimo usurpador seguinte também tiveram um papel significativo nesse processo."
Pergunta 5: Como a senhora via a necessidade de regulação das grandes empresas durante seu governo e qual seria a abordagem ideal para garantir que a riqueza gerada beneficie a população sem prejudicar o ambiente de negócios?
Resposta de Dilma Rousseff: "Regulação das grandes empresas foi uma prioridade para garantir que elas contribuíssem para o bem-estar público. Busquei equilibrar a necessidade de regulação com a promoção de um ambiente de negócios saudável. A regulação deveria assegurar que as empresas atuassem de forma responsável e que a riqueza gerada beneficiasse a população. A parceria com o setor privado deve ser baseada em compromissos que garantam benefícios mútuos e justiça social."
Pergunta 6: Considerando a situação política e econômica que a senhora enfrentou até 17 de abril de 2016, quais são as principais lições que tirou do seu mandato, e como essas lições podem informar futuras gestões no Brasil?
Resposta de Dilma Rousseff: "As principais lições do meu mandato incluem a importância de uma comunicação clara e eficaz com a pop:ulação e a necessidade de um planejamento cuidadoso em tempos de crise. A experiência mostrou que a gestão de crises exige um equilíbrio entre a manutenção das conquistas e a adaptação às novas realidades econômicas e políticas. Futuras gestões devem aprender a navegar essas complexidades com transparência e diálogo, mantendo o compromisso com a justiça social e a inclusão."
Pergunta 7: O governo foi muito criticado por sua política social principalmente no segundo mandato após o ajuste fiscal, especialmente durante a crise. Como a senhora avalia essas críticas?
Resposta de Dilma Rousseff:: "Dilma Rousseff destacou como conquistas significativas a implementação de programas sociais e o avanço nas políticas de inclusão. Segundo ela, o Bolsa Família e o Programa Minha Casa Minha Vida foram pilares importantes para a redução da desigualdade social e para a melhoria das condições de vida de milhões de brasileiros. No entanto, a presidenta também reconheceu que o governo enfrentou dificuldades, especialmente relacionadas à economia. A crise econômica global e a recessão interna afetaram severamente o crescimento e a estabilidade. A falta de investimentos em infraestrutura e a dificuldade em manter o controle da inflação foram pontos críticos que impactaram negativamente a percepção pública do governo."
Pergunta 8: O governo foi muito criticado por sua política econômica, especialmente durante a crise. Como a senhora avalia essas críticas?
Resposta de Dilma Rousseff: Dilma respondeu que as críticas à política econômica foram em grande parte decorrentes do contexto global adverso e da crise que atingiu o Brasil. Ela defendeu que as medidas adotadas, como o ajuste fiscal, eram necessárias para garantir a estabilidade financeira do país. No entanto, ela reconheceu que essas medidas, muitas vezes, foram impopulares e afetaram setores da sociedade que dependiam de programas sociais e investimentos públicos. A presidenta também observou que a dificuldade em equilibrar austeridade fiscal com investimentos em áreas prioritárias, como saúde e educação, gerou críticas e insatisfação. Ela reiterou que, embora as decisões tenham sido difíceis, o objetivo era proteger a economia e preparar o país para um crescimento sustentável a longo prazo."
Pergunta 9: Com a perspectiva atual, há algo que a senhora faria de diferente em sua gestão?
Resposta de Dilma Rousseff: "Com um olhar mais crítico e reflexivo, Dilma Rousseff afirmou que, se pudesse, adotaria uma abordagem mais gradual em relação às medidas de austeridade e ao ajuste fiscal. Ela sugeriu que uma combinação mais equilibrada entre austeridade e investimentos poderia ter amenizado alguns dos impactos negativos nas áreas sociais e no crescimento econômico. A presidenta também mencionou a importância de um diálogo mais aberto com diferentes setores da sociedade e com o Congresso para construir consensos e facilitar a implementação de políticas públicas."
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Agradeço profundamente à eterna Presidenta Dilma Rousseff pela generosa entrevista e por compartilhar suas reflexões e experiências sobre seu mandato. Suas palavras não apenas iluminam o período desafiador que o Brasil atravessou sob sua liderança, mas também nos oferecem valiosas lições sobre governança e resiliência. Sua dedicação ao bem-estar social e sua luta por um Brasil mais justo são uma inspiração para todos nós. É com grande respeito e admiração que encerramos esta entrevista, reafirmando nosso reconhecimento pelo seu legado e compromisso com o país. Muito obrigado, Presidenta Dilma.
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