Semipresidencialismo de Temer golpeia presidencialismo de Lula em campanha eleitoral: O semipresidencialismo aprisionou o presidencialismo de coalizão lulista obrigando-o a executar eleitoralmente o plano da própria oposição
O presidente Lula enfrenta um grave risco de ser reduzido a uma figura decorativa, semelhante ao Rei da Inglaterra, enquanto o Congresso dá um golpe institucional com a adoção do semiparlamentarismo ou semipresidencialismo. Este golpe, perpetrado pela maioria ultraconservadora e fascista que domina o Orçamento da União, tem como objetivo essencialmente neutralizar a capacidade de ação do governo Lula.
O semipresidencialismo, imposto de forma inconstitucional, aprisionou o presidencialismo de coalizão lulista, forçando-o a seguir a agenda da oposição. A medida permite que os recursos sejam distribuídos diretamente aos municípios via emendas parlamentares, efetivamente enfraquecendo o poder executivo e entregando a chave do orçamento ao Legislativo. Este novo regime parlamentarista-presidencialista obriga o governo a cumprir um ritual imposto pela oposição: a transferência de dinheiro para prefeituras em ano eleitoral, conforme critérios estabelecidos pelos opositores.
Enquanto Lula é compelido a trabalhar com verbas distribuídas pelo Congresso e a fazer novos cortes orçamentários conforme o arcabouço fiscal neoliberal, a base política governista está devastada. Este golpe não só enfraquece a capacidade do governo de implementar suas políticas progressistas, como também o coloca em uma posição de subordinação perante um Congresso majoritariamente conservador.
O semiparlamentarismo-semipresidencialismo é uma violação clara da Constituição, que estabelece o presidencialismo como o regime vigente. Este movimento é uma continuidade do golpe neoliberal de 2016, que, sob o governo de Michel Temer, introduziu essa prática para minar a autonomia de governos progressistas, como o de Lula. A manobra atual é um ataque brutal à democracia e à integridade das instituições republicanas.
Em termos culturais e históricos, o Brasil rejeitou o parlamentarismo em 1963, reconhecendo que ele enfraquecia a eleição direta do presidente. O novo golpe parlamentário não prosperou na época, mas agora, com um Congresso dominado por forças de direita e ultradireita, o presidencialismo lulista está encurralado.
O semipresidencialismo, com seu viés neoliberal e financista, mantém a economia estagnada e sujeita às incertezas do modelo neoliberal contracionista, que finge combater a inflação enquanto enfraquece a capacidade de crescimento do país. A estratégia de distribuir emendas via PIX, sem transparência e sem rastreabilidade, é um golpe eleitoral que busca garantir que a oposição obtenha vantagem política e financeira.
O governo Lula, agora impotente diante da força do Legislativo, vê seu poder reduzido e a República se vira de cabeça para baixo. Com a resistência do STF e da Procuradoria Geral da República, a guerra entre os poderes continua, mas o ataque ao governo e ao presidencialismo progressista está em pleno andamento. O legado político de Lula está sendo severamente comprometido por uma estratégia golpista que redefine a governabilidade republicana e ameaça a democracia brasileira.
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